A hidroponia, técnica de cultivo que dispensa o uso de solo, vem ganhando espaço em Ivaiporã e região como alternativa sustentável e eficiente para a produção de alimentos. Em tempos de escassez hídrica, degradação ambiental e busca por práticas agrícolas mais limpas, esse método se destaca como uma solução promissora para o futuro da alimentação.
O plantio na hidroponia é feito em canos de PVCs (de 50 e de 75 polegadas), com água corrente. O período de plantio e colheita do alface, por exemplo, gira em torno de 35 dias. Nos primeiros 15 dias, a hortaliça é cultivada no berçário, que tem canos mais finos. A partir do 20º dia, a espécie é transferida para outra área, que tem canos maiores, onde permanece até a colheita. A água captada passa por um reservatório no qual é feita a adubação e a mistura de nutrientes como cálcio, magnésio, nitrato de potássio e outros
Nesta semana, o secretário municipal de Agricultura de Ivaiporã, Valdemir de Paula Barbosa, conhecido como Miro, esteve no Sítio Munhoz para acompanhar de perto a produção e destacou a importância do sistema para pequenos agricultores. “A hidroponia melhora a produtividade e ajuda o produtor a reduzir custos com mão de obra e defensivos”, afirmou.
Wesley Rodrigues Ferreira, que há oito anos iniciou na atividade como funcionário e hoje é sócio do empreendimento junto com Larissa Munhoz, reforça o valor da prática. “A vantagem é a praticidade. Como a planta cresce suspensa, facilita a colheita e exige menos esforço físico”, explicou.
Na hidroponia, a planta não entra em contato com o solo e recebe os sais minerais que precisa em proporção equilibrada dissolvidos em água corrente. Nas três estufas da propriedade são cultivadas em bancas, cinco espécies como, cebolinha, salsinha, agrião, rúcula, chicória e almeirão.
O produtor conta que a principal atenção está na solução nutritiva usada na água. “É preciso cuidar da solução nutritiva e prevenir doenças. O trabalho é diário, mas a produção dobra em relação ao cultivo no solo”, disse Wesley Ferreira.
A rotina, segundo Wesley, exige dedicação diária. “Muitas vezes temos que acordar às 4 horas, já que a colheita e entrega das hortaliças, nos supermercados, tem que ser feita todos os dias”, relatou. Toda a produção da propriedade, abastece mercados e feiras em Ivaiporã, Manoel Ribas e Pitanga.
Ao final da visita, o secretário Miro convidou Wesley para integrar a Associação dos Produtores e Agricultores Familiares de Ivaiporã (Aprovale) que gere a Central da Agricultura Familiar de Ivaiporã (Cafi).
“Buscamos fortalecer o setor e ampliar a participação nos programas PNAE e PNAB. Juntos, os produtores ganham mais força e acesso a mercados”, ressaltou.
