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Felinos morrem atropelados em rodovias do Vale do Ivaí

Felinos morrem atropelados em rodovias do Vale do Ivaí
Onça-parda foi encontrada entre o distrito de Marisa e São Pedro do Ivaí / Foto: Reprodução

Chama a atenção o número de felinos, em risco de extinção, encontrados mortos por atropelamento, nas rodovias no Vale do Ivaí. Em julho uma onça-parda foi encontrada morta na PR 272, entre Cruzmaltina e a Ponte do Porto Ubá. No início do mês, no dia 5, outra onça maracajá-preto ou onça-de-bode foi encontrada na PR-466, próximo ao Posto da Polícia Rodoviária e na última terça-feira (28), mais uma onça-parda foi encontrada atropelada e morta, dessa vez em São Pedro do Ivaí, na  PR- 457, entre o distrito de Marisa e São Pedro do Ivaí.

Segundo o biólogo fiscal, Edson Junior Ferreira Stefani,  do escritório regional de Ivaiporã do Instituto Água e Terra do Paraná (IAT), , uma situação cada vez mais comum, e que pode aumentar ainda mais.

“Infelizmente essas áreas florestais onde os animais vivem estão cada vez menores. Temos o desmatamento ocorrendo em longa escala, onde as pessoas deixam apenas aquilo que está dentro da lei, que é uma quantidade mínima e não é suficiente para suportar a presença desses animais”.

Com o habitat reduzido, começa a faltar alimentos, espaços para se locomoverem ou até mesmo para que possam buscar a reprodução. “Então eles começam a migrar de uma área florestal para outra, e nesse momento de migração de área, acabam passando por essas rodovias e é onde acontece esses acidentes. E isso pode aumentar em uma escala muito maior e continuarmos perdendo essa biodiversidade que temos, principalmente aqui na nossa região”, relata Stefani.

Para o biólogo, apesar das perdas, ainda não é tarde para que esse tipo de problema seja solucionado. Dentre as medidas, ele cita as passagens subterrâneas por tuneis. “Ao invés do animais passarem por cima da rodovia, eles passariam por baixo. Sendo desenvolvidos cercas vivas ao redor dessas rodovias, para que os animais tivessem dificuldade de passagem pela rodovia, e sim passassem por esses tuneis”.

Outras medidas seriam a implantação de placas nas regiões de passagem, informando o trafego de animais, até mesmo a instalação de radares eletrônicos forçando a redução da velocidade dos veículos nesses locais.

“Quem trafega pelas rodovias, percebe que esses acidentes acontecem, normalmente,  sempre nos mesmos locais. Se a velocidade é reduzida, consequentemente os acidentes serão reduzidos e a gente deixa de ter essa perda tão grande”, destaca Stefani.

O biólogo também considera importante, a conscientização dos motoristas, que trafegam por essas regiões de travessias,   principalmente, na primavera e verão, quando eles entram em período reprodutivo.  “Eles vão estar atravessando as rodovias porque vão em buscas de parceiros para a reprodução e isso pode intensificar mais os acidentes. Por isso, importante estar atento, diminuindo a velocidade e dirigindo com todo o cuidado. ”

Atropelada na PR 272, entre Cruzmaltina e a Ponte do Porto Ubá
Encontrada morta na PR-466, próximo ao Posto da Polícia Rodoviária

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