A Associação dos Municípios do Vale do Ivaí (Amuvi) discutiu nesta sexta-feira (8) em Jardim Alegre ações para fortalecer a produção da sericicultura na região. O encontro reuniu prefeitos, secretários municipais de agricultura e produtores. Também participaram o secretário estadual de Desenvolvimento, Alex Canziani, e a presidente da Bratac, Renata Amano. A Bratac é a maior empresa de produção de fios de seda do Brasil e a única do ramo na América Latina.
O prefeito anfitrião Moisés Santos agradeceu a presença dos visitantes e ressaltou a importância da sericicultura para a agricultura familiar. “Este é um grande evento da Amuvi, focado na sericicultura. Ficamos muito felizes com a presença em peso para discutirmos uma cultura que traz rentabilidade e compensa muito para nossa região.”
O presidente da Amuvi e prefeito de Godoy Moreira, Primis de Oliveira, ressaltou o potencial de retorno financeiro para os pequenos produtores. Segundo ele, “um hectare pode gerar mais de R$ 50 mil por ano. Não tem outra cultura que dê esse resultado”. Primis também explicou que a maioria das prefeituras já apoia a atividade com terraplanagem, fornecimento de adubo e transporte de mudas. “O desafio agora é conseguir recursos para a construção dos barracões para quem quer iniciar na atividade, que é a etapa mais cara”.
O secretário Alex Canziani afirmou que o Vale do Ivaí pode se tornar referência nacional na sericicultura. “O Paraná abriga a única indústria de seda do Brasil e da América Latina, e toda a produção é exportada para grandes empresas internacionais.” Ele destacou que a demanda é maior que a oferta atual e há espaço para novos criadores do bicho-da-seda. “O Governo do Estado será parceiro nessa cadeia produtiva. O governador Ratinho Júnior está empenhado em apoiar o crescimento do setor no Vale do Ivaí.”
A presidente da Bratac, Renata Amano destacou o potencial da região e afirmou que o mercado internacional da seda está superaquecido. “Temos produtores 100% orgânicos, o que abre portas para a indústria têxtil e também para tecnologia e biomateriais.”
Ela explicou que a maior ameaça à produção é a deriva de agrotóxicos, e não a competição com outras culturas, como soja e milho. “Com manejo correto e aplicação seguindo protocolos, é possível garantir áreas seguras para o bicho-da-seda. Um hectare de amoreiral pode gerar lucro muito superior ao de outras culturas no Paraná.”
Também comentou que a empresa estuda novos investimentos na região. Entre as possibilidades estão a instalação de um campo de criação para treinamentos e dias de campo, além da implantação de uma chocadeira
Além da sericicultura, os prefeitos foram convidados para um encontro sobre turismo no próximo dia 14, em Borrazópolis, organizado pela Amuvi e pela Amuvitur. A pauta deve tratar de políticas públicas e oportunidades para desenvolver o setor no Vale do Ivaí.

