A megaoperação deflagrada nesta quinta-feira (29) pela Polícia Civil do Paraná (PCPR), através da 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana, prendeu dois irmãos que comandavam a organização criminosa conhecida como “Tropa do Tubarão”. “Eles não acreditavam que um dia chegaríamos até eles, mas estavam enganados. Todos foram presos na data de hoje”, informou o delegado-adjunto da 17ª SDP, André Garcia, ao revelar que as prisões são referentes tanto às principais lideranças do grupo, como também membros do núcleo financeiro, operacional e os “soldados”. Os irmãos serão transferidos para o sistema prisional federal.
“Percorremos um caminho que eles não imaginavam, que foi a investigação do dinheiro”, explicou Garcia. A quadrilha vinha sendo investigada pela Polícia Civil há um ano. Os agentes descobriram que o grupo estruturou uma “empresa criminosa complexa”, dividida em núcleos e com responsáveis por condutas que faziam a engrenagem criminosa funcionar. A “Tropa do Tubarão” movimentou mais de R$ 17 milhões com a venda de drogas, apenas com transações por meio de PIX e máquinas de cartão de crédito. De acordo com o delegado operacional Ricardo Toledo, um valor duas vezes maior que esse pode ter sido movimentado em dinheiro em espécie.
Em pouco mais de dois anos, a quadrilha teria realizado mais de 53 mil transações bancárias. “Todas essas transações, em momento algum passou pelas contas dos líderes, os dois irmãos. Na verdade, nem conta bancária eles possuem. Nunca tiveram contas bancárias e movimentaram mais de R$ 17 milhões”, contou Toledo. Conforme as investigações da polícia, o núcleo financeiro do grupo criminoso era composto por nove pessoas. Contas das esposas e companheiras dos líderes também eram utilizadas para “afastarem” os valores movimentados pelo tráfico de drogas.
“Agora estamos dando a resposta que a população de Apucarana e da região vinham esperando há anos, que é a prisão desses dois irmãos, que eram muito temidos ali na região”, frisa o delegado Ricardo Toledo.
O delegado-adjunto reforça a importância da operação e garante que a ação é benéfica para a cidade. “Uma operação muito importante, muitos veículos de luxo apreendidos, dinheiro, armas de fogo e drogas, além de bens com ordens de sequestro. Enfim, foi um golpe que eles não esperavam. Nós sabemos que Apucarana vive uma onda de crimes violentos sem precedência, sabemos que existiu um número de homicídios muito grande e temos a plena convicção de que esses assassinatos estão relacionados com a disputa com o tráfico de drogas. Então está dada a resposta, mas não para por aqui, porque as investigações continuam. Agora estaremos focados na elucidação de todos os homicídios registrados”, disse Garcia.
Polícia Civil prendeu 54 pessoas na operação
A operação Baby Shark, que foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (29), além de Apucarana foi realizada simultaneamente em Ortigueira, Rio Bom, Califórnia, Marilândia do Sul, no Paraná, e em Jaguará do Sul, no estado Santa Catarina. A ação contou com a participação de mais de 245 policiais civis, além de suporte aéreo de helicóptero e cães policiais da PCPR.
Os crimes investigados incluem tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, organização criminosa e financiamento para o tráfico de drogas. O grupo também é suspeito de envolvimento em dezenas de homicídios realizados nos últimos anos. A ação tinha como objetivo prender as principais lideranças do grupo, como também membros do núcleo financeiro, operacional e pequenos fornecedores.
A operação também buscou a descapitalização da organização criminosa. Foram decretadas 40 ordens judiciais de bloqueio de contas bancárias. Ao todo 54 pessoas foram presas.
Com informações TN Online