A colheita da soja na safra 2023/2024 na região de Ivaiporã, que abrange 15 municípios do Vale do Ivaí, foi marcada por uma quebra na produção de 20%, segundo o engenheiro agrônomo Sergio Carlos Empinotti, do Departamento de Economia Rural do Núcleo Regional da Seab.
Apesar da área plantada ter aumentado de 175 mil para 180 mil hectares, o rendimento médio por hectare caiu de 3.500 quilos para 2.900 quilos, o que significa uma perda de 20%.
“Essa queda se deve principalmente à estiagem que atingiu a região durante o período de desenvolvimento da soja”, explica Empinotti. “As lavouras mais afetadas foram as de primeiro e segundo plantio, que registraram quedas de até 50% e 60”.
Mesmo com a queda geral, alguns produtores conseguiram manter a produtividade em patamares normais, chegando à colher até 160 sacas de 60 quilos por alqueire. “Em casos raros, onde o solo tinha mais umidade e o produtor estava mais preparado com o plantio direto mais antigo, a produtividade chegou a 180 sacas por alqueire”, ressalta o engenheiro agrônomo.
Na região, a média de comercialização do produto é de R$ 100,20 por saca de 60 kg. Em 2023 o produto chegou a ser vendido em média a R$ 151,47.
Embora a expectativa inicial fosse de que a safra rendesse R$ 1.087 milhões para os produtores da região, com a queda na produção esse total deve ficar em torno R$ 870 milhões, uma redução de R$ 217 milhões.
“Nos últimos anos, o preço da soja chegou patamares excelentes para o produtor, mas esse valor era reflexo da especulação em torno da guerra na Ucrânia e do receio de falta do produto no mercado e os países se abasteceram. Com o mercado se abastecido, o preço voltou ao seu nível normal que historicamente é em torno de U$ 20 dólares a saca”, relata Empinotti.
Expectativas para as safras do milho safrinha e trigo
O plantio do milho safrinha na região de Ivaiporã já foi concluído, com 100% da área de 110 mil hectares plantada. No ano passado a área de milho safrinha na regional foi de 102 mil hectares.
Segundo Empinotti, 70% a 80% do milho foi plantado dentro do período recomendado, o que deve garantir uma boa produtividade. “O preço do milho está na faixa de R$ 48 por saca, o que é considerado um bom valor, mas a estiagem pode afetar a produção final”, alerta o engenheiro agrônomo. “Se não houver chuvas nas próximas semanas, o rendimento do milho poderá ser prejudicado.”
O plantio do trigo na região ainda não foi iniciado, pois os produtores aguardam chuvas para garantir a umidade do solo necessária para o desenvolvimento da cultura. “A expectativa é que a área de trigo seja reduzida nesta temporada, em comparação com a safra anterior”. Isso se deve principalmente ao aumento da área de milho safrinha. “A área de trigo deve cair de 68 mil hectares para cerca de 60 mil hectares”, completa Empinotti.