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Vídeo: Patrulha Ambiental do Rio Ivaí, exemplo de trabalho voluntário

Patrulha Ambiental do Rio Ivaí, exemplo de trabalho voluntário
Patrulha Ambiental do Rio Ivaí / Foto: Ivan Maldonado

Quem mora no Vale do Ivaí certamente já ouviu falar da Patrulha Ambiental do Rio Ivaí. Um grupo de 11 pescadores, que trabalham voluntariamente em diversas ações, quer seja através de trabalho nas escolas ensinando as crianças questões ambientais, ou mesmo arregaçando as mangas em trabalhos de arrastão ecológico no Rio Ivaí e até mesmo no resgate de vítimas do rio.

Nesta semana, o jornalista Ivan Maldonado procurou esses pescadores para conhecer um pouco melhor desse trabalho.

Segundo o coordenador da Patrulha Ambiental, Marildo Oliveira a criação da patrulha foi em 2013. “Naquela época existia a proibição de pesca, o pescador estava a mercê, porque não podia pescar e havia um pessoal frequentado e pescando o rio direto, sem ter documento, nem nada. Juntamos com o Ministério Público, e com apoio do Dr. Robertson (promotor do meio ambiente), e foi criada a patrulha, com intuito de fazer um trabalho de preservação, educação ambiental e também fiscalização de pescadores amadores que até na época da piracema praticam pesca predatória”.

Segundo o comandante dos patrulheiros, Valdir Batista, conhecido como Vardão, a fiscalização do Rio Ivaí é em área de 110 quilômetros da região do Jacutinga, em Ivaiporã até a região da Prainha em São João do Ivaí. “Só em 2020, nós autuamos mais de 5 mil metros de rede, 17 espinhéis e 580 anzóis, é um apoio que damos a Força Verde”. Desde que a patrulha foi iniciada mais de 20 mil metros de rede foram recolhidas e entregues ao IAP e mais de 5 mil quilos de veneno foram encontrados nas margens e no Rio Ivaí.

Além do trabalho de fiscalização a patrulha exerce outras funções, educação ambiental, preservação do meio ambiente, ações de combate à dengue e defesa civil.

De 2013 a 2021 já foram realizadas 20 palestras em colégios e faculdades, 15 arrastões ecológico no Rio Ivaí para recolher lixos descartados na água e na margem. Em média cada arrastão consegue recolher de 2 a 4 mil quilos de lixo. Outros 20 arrastões de prevenção e combate ao mosquito da dengue em vários municípios da região.

Plantio de mata ciliar, com mais de 5 mil mudas de árvores nativas e recuperação de várias minas d’água. “É um trabalho que a gente está fazendo para manter o Rio Ivaí vivo”, destaca Marildo.

Resgate de vítimas

Com relação ao trabalho de defesa civil, foram mais de 20 vítimas resgatadas da água. “Também foram várias pessoas salvas pela patrulha. Na enchente de 2013, a patrulha esteve totalmente empenhada, foram várias pessoas retiradas de ilha, retiradas das casa que estavam alagadas. É um trabalho totalmente voluntário”.

Ele lembra que no último trabalho realizado pela patrulha foram 10 dias de buscas que teve início no dia 18 de julho, depois que um barco com nove pessoas   virou no Rio Ivaí, entre Borrazópolis e São João do Ivaí.

“Foi a maior tragédia do Rio Ivaí, e graças a Deus, a patrulha conseguiu chegar a tempo e resgatar ainda três pessoas com vida. Nosso pessoal ficou lá os 10 dias de buscas, os dois primeiros dias foram de geada, mas mesmo assim ficaram trabalhando 24 horas sem parar até o resgate do último corpo”, conta Marildo.

O patrulheiro Salvino da Silva, também lembra outra tragédia na região que também teve participação dos patrulheiros. O acidente foi em 2019, três crianças estavam desaparecidas após o carro da família ser levado por uma tromba d’água e cair em um riacho, na zona rural de Faxinal.

Durante a madrugada, os pescadores da Patrulha Ambiental localizaram o carro a 150 metros da ponte. “A gente conseguiu localizar o carro às 1h30, ai acionamos os bombeiros e no outro dia foi feita a retirada dos corpos”, lembrou Salvino.

Apoio

Marildo acredita que com mais apoio das autoridades e até mesmo da população, os patrulheiros poderiam fazer uma trabalho ainda melhor. “Gostaríamos que olhassem com carinho para patrulha, que pudessem nos ajudar ou fazer alguma parceria.  Nós podemos fazer um trabalho ainda melhor, nós conhecemos o rio, temos experiência e não temos medo de trabalhar. Nós fazemos esse trabalho, não para querer se aparecer, mas, para ajudar as pessoas que estão necessitando. Eu como coordenador da patrulha, tenho orgulho de estar junto com esse pessoal. Desconheço dentro do estado pessoas, mais capacitadas. Estão prontos para qualquer tipo de situação, tanto por água, como por terra”, completou Marildo.  

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