Uma placa inusitada em uma casa de Jardim Alegre chamou atenção nas redes sociais. “Vende-se esta casa, motivo: vizinho chato”, diz o aviso colocado na parede da residência. A foto da placa já foi compartilhada por diversas pessoas e despertou a curiosidade de quem passa pelo local.
Diante de toda repercussão, o homem acusado de ser o “vizinho chato”, Serafim Milan, resolveu se pronunciar. Ele explicou que a mensagem não foi direcionada aos vizinhos ao lado, mas sim a ele, que teve desentendimentos com a dona da casa. “As pessoas podem ficar tranquilas, o problema é com o vizinho da frente, não com todos os moradores aqui da região”, afirmou Serafim.
Serafim alega que o motivo da placa está relacionado a desentendimentos pessoais com a moradora da casa. Segundo ele, o início da desavença foi após o filho menor dela começar a provocá-lo no meio da rua, e ele ficou sabendo que era a mãe quem mandava, e também por motivos de perturbação de sossego.
Ele então registrou um boletim de ocorrência na PM contra ela, e por esse motivo ela achou melhor colocar a placa.
A reportagem esteve também na residência onde a placa foi instalada, no entanto, num primeiro momento não foi possível contato com a moradora. A mulher e o marido são caminhoneiros e se encontravam em viagem.
Outro lado
Após a publicação da reportagem, Elaine Frizon, dona da residência com a placa inusitada, entrou em contato com a reportagem. Ela está em viagem ao Mato Grosso, pois trabalha como caminhoneira, e decidiu contar sua versão após notar pelas câmeras de monitoramento que a reportagem havia ido até sua casa e não a localizado.
A dona da residência afirma que rotulou o vizinho da frente como “vizinho chato” por conta de invasão de privacidade. Segundo ela, Serafim Milan seria conhecido na rua por “cuidar da vida dos outros” e estaria filmando o filho dela, um adolescente de 15 anos. Elaine afirma que o homem teria gravado o menino em um dia que o jovem estava com o som ligado.
Conforme relato de Elaine, o filho dela teria ficado ouvindo música por cerca de 12 minutos e, durante todo o tempo, o vizinho da frente ficou filmando e vigiando o menino. “Eu tenho provas de que ele fica ali ‘cuidando’ do meu filho dia e noite. E tenho câmeras na frente, no meio e atrás da minha casa porque tenho medo de que ele faça alguma coisa com meu filho”, desabafou a mãe.
Milan afirma que o garoto teria o provocado no meio da rua a pedido da mulher, mas Elaine frisa que isso nunca aconteceu. “Meu filho estuda e trabalha no Menor Aprendiz. Ele é honesto e trabalhador, ele não fuma, não bebe e não rouba. E também não perturba ninguém, ele só é feliz, graças a Deus! Agora, o ‘vizinho chato’ vir falar que peço para meu filho provocar ele na rua. Todos os ‘vizinhos legais’ podem provar que meu filho é gente boa”, afirma a dona da casa.
Elaine mora na residência azul há 17 anos e nunca teve problema com nenhum outro morador da rua. “Passei a vida inteira nessa rua. A residência era do meu sogro, meu marido mora aí desde pequeninho. E então vamos calcular quantos anos eu moro aí e qual vizinhança eu já me desentendi. Foi só com ele”.